segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"O Rapaz Invisível" de Joana Neves

Se tens medo de adormecer
E no escuro nada consegues ver
Não tentes escurecer os dias
Porque descobri que te conheço
Que és como me lembro.

Quando pegas no silêncio embrulhado
Que insistes em pintar
Na tempestade ficaste encharcado
Com medo de um dia te poderes esquecer
Como é viver.

Se toda a maneira de caminhar
Faz estremecer as pedras da calçada
Quando o teu vulto passa
Elas não vão dar por nada.

Quando vais e recuas
Quando chegas e na tempestade continuas
Ao longe eu consigo ver-te
Mas se me aproximar devagar
E o vento ouvir
Ele por ti vai passar
E tal como as pedras da madrugada
Ele não vai dar por nada.

Tu és uma recordação
És a memória que existe
Quando ando assim
Livre
Às gotas da chuva.

Joana Neves
12 de Outubro de 2009

Miguel Cruz - O Rapaz Invisível by miguelcruzsolo

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